Análise das energias de execução de estacas hélice contínua para confiabilidade das fundações

Um dos mais importantes desafios na engenharia de fundação é a definição da profundidade de assentamento e da capacidade de carga de uma dada solução de fundação adotada para lidar com a situação prática de obra. A utilização de fundações com o uso de estacas tipo hélice continua surgiu nos Estados Unidos na década de 50, sendo posteriormente difundida em toda Europa e Japão na década de 80 e executada pela primeira vez no Brasil em 1987. Devido à evolução crescente dos seus equipamentos e da sua tecnologia, é uma das soluções de fundação profunda mais adotada no Brasil, contando com uma diversidade de opções de diâmetros e profundidades. Em termos tecnológicos, pode contemplar o monitoramento eletrônico durante todas as fases de execução.

Atualmente, devido aos exíguos prazos de execução de obras e seus eventuais atrasos de execução, não se mostra concretizado um total controle dos procedimentos construtivos a fim de adequá-los às normas vigentes. Por esse motivo, muitos aspectos construtivos concernentes à etapa de execução da fundação são fundamentados na experiência adquirida pelo executor ou em procedimentos já aplicados em outras obras da mesma região. Quando se trata dos projetos de fundação, normalmente as análises de segurança são baseadas em métodos determinísticos, tratando os parâmetros calculados como verdades absolutas. Assim, é comum que as peculiaridades de cada obra sejam negligenciadas, pois lidamos com uma grande variabilidade geológico-geotécnica no sistema solo-fundação presente.

Diante de tais argumentos, foram incorporados novos conceitos a NBR 6122 (ABNT, 2010) – Projeto e Execução de Fundações. Agora, a análise que era exclusivamente garantida pelo coeficiente de segurança, fundamentado no determinismo, passou a ser elaborada também por métodos probabilísticos, reconhecendo que não é possível lidar apenas com a verdade absoluta e que riscos são encontrados.

A problemática que guiou o presente trabalho consistiu da busca por informações e métodos que propiciassem maior segurança e confiabilidade para a implementação de estacas do tipo hélice contínua. Com o objetivo de se obter as informações necessárias para o trabalho foram coletados dados referentes a um empreendimento comercial durante a sua execução em Brasília, Brasil.

Para tal, a aplicação de uma metodologia de controle energético busca garantir que a capacidade de carga de projeto de uma fundação se concretize na obra. Utiliza-se a metodologia SCCAP (Silva, 2011) para o cálculo das energias de execução de estacas desse tipo. Concisamente, essa energia será analisada na sua forma acumulada e metro a metro, a fim de se compreender o seu comportamento com a variação de diâmetro de um grupo de estacas e a sua relação com os resultados de sondagem SPT (Standard Penetration Test, ou Ensaio de Penetração Padrão). Finalmente, será realizada a avaliação da capacidade de carga por meio dos dados de energia de execução das estacas selecionadas.

Vale ressaltar, segundo Silva (2011), que as rotinas e avaliações propostas com a incorporação do conceito de energia na execução das estacas não substituem o juízo do engenheiro geotécnico, mas podem ser um elemento de grande importância para auxiliá-lo na identificação e mitigação dos riscos inerentes a qualquer tipo de estaqueamento, especialmente ao controle dos estaqueamento escavados.

Darym Júnior Ferrari de Campos
Centro Universitário de Brasília – UNICEUB


ANALISE_DAS_ENERGIAS_DE_EXECUCAO_DE_ESTACAS_HELICE


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