Investigação Geotécnica Para Projeto de Estabilidade de Encostas

A Investigação Geotécnica Para Projeto de Estabilidade de Encostas já foi tema da nossa seção de artigos técnicos no mês de maio deste ano (clique aqui para acessar a publicação), no entanto, devido ao grande interesse por parte do meio técnico, em especial dos nossos clientes que atuam diretamente na área, estamos trazendo agora o resumo de um excelente artigo, publicado em 2009 no Cobrae – Conferência Brasileira de Estabilidade de Encostas, pelos professores Roberto Coutinho (UFPE) e  Ricardo Flores Severo (IFRN).

O trabalho ressalta a importância e a relevância do tema a respeito de investigação e obtenção de parâmetros de projetos com vistas à análise da estabilidade de encostas e taludes que são devidas tanto a elevadas perdas sócio-econômicas causadas pelos deslizamentos como pelos diversos aspectos geológico-geotécnicos relacionados ao comportamento dos solos e rochas. Esta conferência tem como objetivo apresentar e discutir o processo de caracterização geotécnica e formas de obtenção (campo e laboratório) das propriedades ou parâmetros relevantes para a execução de projetos de engenharia com vistas à obtenção da estabilidade requerida para materiais e solos susceptíveis a deslizamentos. Proposta de caracterização geotécnica com a análise de risco e consideração de fatores de causas é apresentada. Aspectos básicos do comportamento dos solos em geral e em particular de solos residuais, colúvios e sedimentos da Formação Barreiras são apresentados e discutidos, com ênfase em aspectos referentes à caracterização, índice de vazios, permeabilidade, resistência saturada (pico e residual) e não-saturada e influência da sucção no comportamento dos solos. Exemplos de estudos de casos de deslizamentos ocorridos em Pernambuco, envolvendo solos residuais de gnaisse e solo residual de granito e de Formação Barreiras são apresentados para ilustrar o tema.

A seguir mostramos um resumo de tópicos abordados no artigo assim como disponibilizamos o link para acesso ao artigo completo, disponível para download no site da ABMS – Associação Brasileira de Mecânica dos Solos.

Agradecemos mais uma vez aos profissionais que tem nos apoiado nesta jornada e…

Boa leitura…

Eng. Dário Furtado
Engenheiro Civil UFJF
Analista de Sistemas CES/JF
M.Sc. Engenharia COPPE/UFRJ


Várias propostas foram apresentadas sobre a concepção de uma investigação ideal. Todos os autores concordam que o processo de investigação deve ser conduzido de uma forma iterativa. Clayton et al.(1996) sugerem que a investigação geotécnica ideal deve seguir uma seqüência de 11 etapas (ou eventos):

  1. Estudo preliminar de escritório ou pesquisa de fatos ocorridos.
  2. Interpretação de fotografia aérea.
  3. Mapeamento detalhado de superfície da área.
  4. Exploração preliminar de subsuperfície.
  5. Classificação do solo pela descrição e por ensaios simples.
  6. Exploração detalhada da subsuperfície e ensaios de campo.
  7. Mapeamento físico (ensaios de laboratório).
  8. Avaliação dos dados.
  9. Projeto geotécnico.
  10. Experiência de observação de campo.
  11. Conexão entre o engenheiro geotécnico e equipe de campo durante construção do projeto.

Em contraste, Dowding(1979) sugeriu que o processo de investigação deve ser considerado em termos de apenas três etapas, a saber:

  1. Rever as informações disponíveis e reconhecimento de superfície.
  2. Realizar mapeamento detalhado da subsuperfície, sondagens preliminares, ensaios laboratoriais iniciais e análise preliminar.
  3. Realizar sondagens para recuperar amostras especializadas, levantamentos geofísicos, ensaios em escavações (galerias horizontais, poço de inspeção, sondagens, etc.), e ensaios especiais.

Figura: Processo de Caracterização Geotécnica.

Figura: Tipos de materiais considerados na caracterização geotécnica


Referências:
Coutinho, R. Q, Severo, R. N. F. Investigação Geotécnica para Projeto de Estabilidade de Encostas. ABMS – Associação Brasileira de Mecânica dos Solos, http://www.abms.com.br

 

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